segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ridley Scott e seu Robin Hood épico

ATENÇÃO: Se você pretende assistir Robin Hood versão 2010, volte a esse post depois!!


Como contar uma história que todo mundo já conhece, sabe do final, já recebeu no mínimo umas 15 versões e ainda ter investido no seu projeto a bagatela de mais de 230 milhões de dolares???
Pois bem, eis o desafio (e proeza?!) de Ridley Scott!

O convite pra ver o filme no cinema foi meio assim, no repente! Então bora!
Não tinha a menor idéia do que me esperava, tanto que tentei persuadir a galera de ir ver um outro showbusiness hollyudianoo, mas vencido pelo cansaço fomos ao Robin que é literalmente um longa, tem 140min!).

O filme conta com o galã eternizado no papel de Gladiador Russel Crowe como o ladrão dos pobres, e creio que não por coincidência Ridley (que também dirigiu Gladiator) transformou a história em uma saga épica.
Mas não espere muitas semelhanças entre os dois filmes, elas praticamente acabam por ai. Mesmo que Robin Hood tenha boas cenas de lutas e grandes batalhas, algumas delas com um ritmo frenético sugerindo a obtenção das imagens com a técnica de filmagem com muitas "câmeras-na-mão". A produção de arte conta também com um abundante derramamento de sangue. E as lembranças com Gladiator não vão mais longe que isso.
Talvez grande parte se deve ao confuso roteiro que nem mesmo o pano de fundo histórico da Idade Média conseguiu disfarçar.
O que se tem é a um conflito de várias histórias que não se ligam umas às outras competindo entre si que no fim já não se sabe mais qual era qual e o porquê do quê.
Algo bem diferente da saga do lutador romano.

Já o tom épico sobrevive e está presente em todos os detalhes. Que combinado ao romance entre Crowe e a atriz #Cate Blanchett (em seu momento Senhor dos Anéis) dá o fôlego melodramático.

O filme tem um ritmo lento em alguns períodos e a sensação de que algo vai acontecer, porém não acontece é meio cansativa. Certamente até os menos atentos sentiram falta das aventuras que consagraram o personagem Robin Hood nas suas outras versões.
É apenas em uma ou duas cenas que ele põe em prática suas peripécias de proteger os pobres tirando o dinheiro dos ricos nas emboscadas no meio da floresta. A maior parte do filme passa em uma viagem para devolver a espada de um soldado morto em batalha à seu pai, mote que se confunde com outras pequenas histórias de fundo.
Também durante essa missão ele conhece a bela Marion (Cate) com quem forma o casal romântico da saga.
Enfim, o que temos é uma mudança radical no esteriótipo de Hood.



Ridley constrói um Robin Hood mais reflexivo que guerreiro. E deixa os pontos altos do filme para as belas locações no País de Gales onde foi filmado e as grandes cenas de batalhas próprias de Scott.

Em tempo: Segundo #meucumpadi as flechas no filme lembram os atuais rifles snipers. Ele afirma ser possível fazer as curvas parabólicas com as balas saídas dos rifles igualzim as que os arqueiros faziam com suas flechas!!! Isso se ele quiser, claro!
Um pouco de cultura balística deve ter sua serventia, nunca se sabe! oO

Em tempo 2: Uma das últimas cenas - a batalha entre os ingleses e franceses na praia - me lembrou uma tomada do filme Saving Private Ryan (Steven Spielberg), guardadas as devidas proporções entre as épocas históricas e o armamento utilizado, claro!

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Do dia: "O efêmero pode ter valor de eternidade"

8]

Otema semana a todos os arqueiros da floresta!

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