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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

E qual é o "x" da questão: Natal pra que te quero?!

Depois de quase um ano sem dar às caras por aqui, resolvi postar uma reflexão sobre o natal. A inspiração nasceu depois da comilança da ceia e da enxurradas de felicitaciones partilhadas aqui e acolá. Não sou contra momentos festivos e acredito que muitas pessoas realmente adotam a data para uma reflexão espiritual sobre a vida e suas ações e planejam que elas tenham de fato efeito ao longo dos outros dias do ano.
Não vou falar aqui sobre a utilidade da data para a mola da economia, essa impulsividade para a compra, a urgência em presentar as pessoas próximas (ou nem tanto assim), comprar, comprar, comprar e a necessidade de estar bem vestido, bonito e sempre feliz.
Também minha reflexão não pretende discutir o voluntariado que aflora nesses dias, às ações que ironicamente presenteiam as crianças das favelas e os moradores de rua para daqui há alguns dias os expulsarem das praias ou de qualquer outro lugar em que eles incomodem pela simples presença. Meu texto não pretende tratar dessa esquizofrenia hipócrita nossa de todos os dias.
O objetivo também não é falar do processo de subjetivação que nos apresentam desde criança a figura de um senhor de barba, vestido com uma roupa pesada vermelha, andando num treno sobre a neve, entrando pelas chaminés das lareiras em noites com neve e frio.  Por sorte a gente não se engana mais com essas representações e nem as reproduzimos (ou sim?!?). Até porque, com todo esse calor de dezembro..., puts, nossos problemas são mesmo com as chuvas torrenciais... E aí, por acaso esse tal velhinho anda de barco?!?
Também não gostaria de falar sobre a data em si: 25 de dezembro. Sabemos que este dia, entre outras coisas, era destinado à comemoração do nascimento anual do deus Sol no solstício de inverno, que passa a ser adaptado a partir do século três d.C. pela igreja católica como uma forma de atrair os povos “pagãos” dominados pelo Império Romano às novas formas de adoração. Foi desde então que a data passou a representar o nascimento de uma outra figura importante, Jesus. Deixando de ser uma data “pagã” para ser “sacra”. Se bem que hoje já nem discutimos o que representou incorporar tal dia no calendário cristão para a igreja católica no sentido de propagação dessa religiosidade. Funcionou?! Então está valendo.
E tampouco nos preocupam os dados geográficos e meteorológicos que afirmam que o mês judaico de Kislev (correspondente ao final de novembro até meados de dezembro no nosso calendário) é um período frio e chuvoso na possível localidade do nascimento de Jesus. É difícil pensar que num período assim teríamos a presença dos “pastores nos campos cuidando das ovelhas” ou mesmo a longa jornada dos “reis magos” guiados por uma estrela no céu, carregados com presentes.
...
Enfim, meu texto não é sobre as coisas que já sabemos. Toda essa divagação parte e termina numa questão: Por que ainda continuamos coletivamente reproduzindo o natal e suas representações sem ao menos nos perguntar por suas origens ou significados? Por que essa “verdade” tanto nos satisfaz? Esta aí o "x" da questão...

Talvez algo nisso tudo me pareça verdadeiro: a vontade que temos em (com)partilhar coisas boas com os que estão a nossa volta! E se assim o for, parafraseando um amigo, “aproveito para deixar o meu desejo de uma sociedade mais consciente, mais igualitária”, mais livre e que estes sentimentos que hoje muitos professam possam “ser presentes nos outros 364 dias do ano”!

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Do dia: "Pipoco no céu, nem sempre é festa"

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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Pelo direito de ir, vir e sassaricar

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Encontrei uma amiga outro dia no supermercado e ela me disse: "acompanhei sua saga pelo blog, mas e como foi a cirurgia, conta lá!"

Eis me aqui... 
Depois de toda história relatada nos posts anteriores posso dizer que sobrevivi e, talvez, ainda terei muitas histórias pra contar e algumas aventuras, tanto ou mais frustantes como as vividas pelos corredores do HGCR.
Minha cirurgia foi realizada no dia 28 de agosto e foi um sucesso!
Recebi alta já no dia seguinte e desde então estou em casa me recuperando. 
O tempo total até voltar as atividades cotidianas é aproximadamente três meses.

Mas como não sou muito de ficar em casa resolvi dar uma banda por aí... Peguei as muletas que me acompanham e cai no mundo... 
Agora o que na minha cabeça seria um simples rolezim acabou tornando-se uma viacrucis.
E por aí fui comprovando que o mundo não está preparado para aquilo que é diferente... E como é difícil ser o mais alto, o mais baixo, o mais gordo, o "aleijado", enfim... Tudo aquilo que foge ao padrão pré-estabelecido por "sei lá quem", desconfio, mas essa é outra conversa! 

No trajeto até o supermercado, tive que enfrentar calçadas esburacadas, sem rebaixamento e com altos desníveis. Se todo esses obstáculos já pareciam quase intransponíveis para mim que conto com uma perna e duas muletas, imagine para um cadeirante?!? Tem que ser acima de tudo guerreiro...

E infelizmente esses são fatos que passam despercebidos para a maioria das pessoas. Alguns até se solidarizam, mas poucos tem realmente a consciência sobre eles. E ter consciência de que algo tem que ser feito e que é preciso um grande BASTA são os primeiros passos para cobrarmos melhorias ao poder público. É preciso antes reconhecer tal realidade para lutar por sua superação.
E olha que aqui elencamos apenas as diferenças físicas, sem mencionar as diferenças de gênero, orientações sexuais, credo, etc etc etc, que também são  ignoradas e tratadas muitas vezes como "defeitos que precisam ser corrigidos ou extirpados do meio da sociedade de bem". E enquanto isso vamos agindo como se tudo tivesse bom, pulando os buracos e tapando o sol com a peneira, peraí cara pálida, isso tudo tem a ver contigo! 

Quer outro exemplo, Pizzaria Pharma na rua Lauro Linhares, conhecido pela qualidade do rodízio e tradicional point no bairro da Trindade. Lá estava eu tentando subir (cai-não-cai) os 5 degraus da entrada quando o garçom vira pra mim e diz: "nossa cuidado pra não cair!" E eu em alto e bom som: "Cair?!? Cadê a rampaaaa, p@#5$#&¨*&¨##$%!?!?!" 
E agora me pergunto: "Quantas vezes fui a essa mesma pizzaria e nunca havia sentido a ausência de uma rampa?!?!?"
E você sente falta dela??!


E exemplos não faltam...
Temos aos montes por aí!



Não acredito que seja necessário que todos andemos de cadeiras de rodas ou de muletas por aí para saber que algo precisa ser feito... Talvez o que necessitamos urgentemente é olhar um pouco para além do nosso umbigo e da nossa individualidade e conduzir olhares para o lado, para cima e para baixo a fim de perceber que somos mais parecidos do que imaginamos. 
Respeito à diversidade se faz com ação efetiva, com políticas públicas de inclusão que permitam que todos, mesmo sendo diferentes, possam desenvolver suas capacidades em "pés" de igualdade.

Pelo visto temos muito trabalho pela frente, então que tal começarmos já?!?

A partir de hoje me esforçarei para não frequentar qualquer estabelecimento que não tenha acesso para pessoas com necessidades especiais (sejam essas necessidades quais forem!)
BOICOTE JÁ! TOPAXX??!?

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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Notícias de Corredor - parte 7 - FINAL?!?

Enfim, eis o dia!

Há 28 dias atrás dei entrada na emergência do Hospital Governador Celso Ramos com uma fratura no pé esquerdo. Ao receber a notícia que teria que realizar uma cirurgia não imaginava que o tempo de espera seria tão longo, nunca havia sido internado em um hospital ou dependido dos serviços de saúde para além das consultas de rotina. 

Achava que conhecia o SUS, seus princípios e toda a normativa disposta na Lei 8080/90, mas descobri que essa é apenas uma parte do todo!

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A "maca" feita com cadeiras na qual passei 5 dias (dos 28) internados!

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Do lado de cá descobri que a aplicação de todos os princípios, normativas e resoluções ainda está longe de materializar-se num serviço de qualidade e efetivamente universal!
Neste período de internação fiz amizades, conversei com funcionários, outros pacientes e certamente vou sair daqui um cara diferente! 
E não falo apenas pelos parafusos e pinos que agregarei a minha pessoa de hoje em diante! heheh
Também não acredito que para sermos melhores devemos passar por alguma provação, dificuldade ou algo do gênero... Não sou adepto da máxima "o sofrimento ensina!" 
Longe disso, mas acredito que algumas situações nos deixam mais humanos... sejam elas boas ou ruins!
E as experiências que vivi aqui nestes corredores me mostraram que alguma coisa precisa ser feita, não é apenas na área da saúde, mas na educação, no sistema penitenciário, no acesso a justiça e em tantas outras... 
Depois da cirurgia e voltando amanhã pra casa a minha situação está resolvida, mas e das outras tantas pessoas que se encontram aqui esperando pela sua vez, por dias... semanas e meses?! Esses Jãos, Paulos, Adalbertos, Tadeus, Letícias e tantos outros?! Até quando?!

É no mínimo revoltante!

Por hora posso apenas dizer que seguirei publicando as imagens e fatos que presenciei aqui e buscando unir forças para de fato construirmos uma outra sociedade!

Por hoje a foto é em agradecimento ao Thiagueira, peça importante nesse caminhar... Ela foi tirada num momento, digamos, de relax... (Acho que nem você sabia dessa!!! heheh)


Aproveito para agradecer ao muitos votos de solidariedade que recebi dos amigos (os próximos e os de longe), dos colegas e dos meus familiares... Vocês foram de suma importância neste momento.

Um agradecimento especial à amiga Danuza, pelas comidinhas que surgiam sei lá de onde... heheh
Ela foi a visita mais presente e insistente (heheh), comprovei que o apoio dos amigos durante as visitas é o que fortalece a espera, o que mantém o vínculo com o espaço externo do hospital, que traz as novidades... No início é mais fácil, mas com o tempo as visitas insistentes é que nos mantém a sanidade em meio ao caos...

E por fim, ao Thiago, companheiro de altas aventuras... Cara seria impossível tentar retribuir tudo o que tu fez por mim nesses dias...Você  desempenhou muito bem o papel do acompanhante (de luxo, diga-se de passagem heheh)...
Com uma estrutura deficitária no quadro de funcionários, o acompanhante é o que dá o tom da "humanização" ao período de internação, é o "lobby" junto aos médicos, é o auxílio para os cuidados mais diversos no cotidiano. É aquela pessoa que se interna junto com o doente, acompanhando em condições ainda piores (numa cadeira, muitas vezes de plástico, dormindo sentado ao lado da maca, etc.) toda a evolução da internação e por isso acaba sendo o sujeito que vivencia o processo de forma mais próxima... Se por um lado sua presença é fundamental, por outro acaba por "tapar" alguns buracos do sistema, uma relação contraditória, cheia de bônus e ônus...
Mas para além das reflexões, valeu Feioso! Sua companhia foi ímpar, tornando o processo muito mais suportável! 

No mais meu obrigado de coração a tod@s!
Espero encontrar tod@s vocês em breve numa rodada de chorops ou num rodízio de pizza!

Vou ali fazer uma cirurgia e já volto...

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Notícias de Corredor - parte 6


Já faz alguns dias que não publico notícias da vida deste lado da internação, hoje completando 23 dias.

Desde o último post algumas coisas mudaram: agora tenho uma vaga num leito e uma cama ao invés de uma maca, assim divido o quarto com mais três outros antigos companheiros de corredor ao invés de com todos os pacientes que entravam na emergência do hospital. Resultado das imagens vinculadas na tv?!? Quem sabe...
Pena que as mudanças acabam por aí.




Posso dizer que depois de acionar todos os órgãos responsáveis pela fiscalização da saúde aqui no estado de Santa Catarina (Secretarias de Saúde, Ouvidorias do estado, Ministério Público, Defensoria Pública, entre outros) não obtive nenhuma resposta mais enfática sobre a situação que eu e boa parte dos pacientes enfrentamos aqui no Hospital Celso Ramos.

O MP aliás foi o único órgão que, até o momento, me contatou em resposta. Por telefone a procuradora responsável pelo caso disse que junto com o meu haviam dezenas de outros pedidos de intervenção e que em tempo hábil todos seriam encaminhados para a Secretaria de Saúde para providências.

E o “tempo hábil” qual é?

Nesses momentos é como se a areia da ampulheta não fosse a mesma para medir o passar das horas e aí temos o tempo do judiciário, o tempo dos políticos, o tempo da efetivação das políticas públicas, o tempo das instituições, o tempo de espera pelos serviços públicos básicos, o tempo do... o tempo... tempo.

E claro, essa infinidade de tempos ainda estão condicionados à variação imposta pela condição social do sujeito e as formas que ele dispõe para acessar os mesmos serviços. É tanto assim que aqui nos corredores muitos dos pacientes interpretam toda a situação como algo normal, em que a única solução que se tem é agradecer o atendimento e esperar que ele ocorra no tempo que virá, e que este pode ser o tempo de “quando-deus-quiser” ou “quando-o-doutor-achar-que-tem-que-ser”, enfim um tempo qualquer.



Não interprete meu relato como sendo de todo pessimista, isso não é verdade! Até porque nesses mesmos corredores vi situações de superação, de luta por melhores condições de trabalho, por defesa dos direitos universais preconizados pelo SUS e muita indignação diante da espera e do não!
E essa insatisfação está em toda parte seja partindo dos usuários da política como por parte dos técnicos. Muitas vezes o que precisa ser explicitado são os caminhos para canalizar tais forças dispersas, e aqui poderíamos estender nossas reflexões para como construir esses canais e aglutinar essas reclamações potencializando-as em ações efetivas para a alteração daquilo que está posto, mas vou ficando por aqui...

Antes gostaria apenas de comentar a foto que acompanha esta publicação. Ela foi tirada na única sala de gesso que existe aqui no Hospital Celso Ramos. Em outras palavras, essa é a sala de gesso do hospital referência do estado, um local insalubre, com pouca ventilação e que ainda deve atender todos os casos do hospital... 


Vamos falar em qualidade de serviço e humanização no atendimento?!
Pois é, explicar o porquê a gente até consegue, agora aceitar a situação é que são elas...  




A história, afinal de contas, somos nós mesmos
e o que nossas parcas virtudes
 puderem fazer de nossos destinos incertos.
Nossa responsabilidade é intransferível.
Melhor elaborarmos bem nossas convicções.
Luis Eduardo Soares


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

"Chego no fim do caminho nem que vá à pé"

Olhei pros meus companheiros do lado e soltei: 

Mas quem disse que aqui no hospital não podemos fazer uma baladenha sexta-feira a noite?!?! hein?!?! 
Boraaa agitaaa galeraaaa!!!


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cri cri, cri cri

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ZZzzzzZZZzzz zzZZ Zzzz zz

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Acho que a dipirona de hoje não bateu legal!

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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Notícias de Corredor - parte 5


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A mídia como formadora de opinião tem um papel fundamental na construção da sociedade na qual vivemos. Juntamente com outras instituições como a família, a religião, a escola e outras, desempenha um papel ideológico que pode ser direcionado para manutenção ou combate ao status quo vigente. 

Também sabemos que este movimento não é linear e nem um processo que pode ser tomado como natural, que se realiza sem resistência, no qual apenas somos levados como que a deriva. Muito pelo contrário, podemos modificá-lo, intervir criticamente e tomá-lo vez por outra “de assalto”.

Como diz um ilustre amigo Tadeu: “A gente pode ver e ouvir muita coisa, porém temos a obrigação de duvidar de muito”.

Então a palavra da vez é questionar!

E é com estas ideias na cachola que convido vocês para assistir o vídeo a seguir, produzido pela empresa RBS de Televisão (afiliada da Rede Globo aqui em SC) sobre a situação do Hospital Governador Celso Ramos no qual estou internado há 16 dias.

PARA ACESSAR CLIQUE >>>AQUI<<< 

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As imagens apresentadas ilustram um pouco do vivenciado aqui pelos corredores da Emergência do hospital e sua lógica. Porém, a edição obedece a um rigoroso critério que faz com que as principais denúncias se esvaziem e percam o sentido, ficando a pergunta: “Mas e ae, a responsabilidade é de quem?! O que fazer com tudo isso?!”.

Talvez a cara do representante do governo buscando argumentos para explicar o inexplicável e do próprio apresentador no final da reportagem sejam os indícios mais emblemáticas para traduzir o vazio à pergunta que fica latejando na cabeça: 
"E agora, José?!".


Não acredito na mudança por essa via, antes penso que, neste caso, a mídia seja apenas um instrumento, limitado por sinal, para publicizar questões que se camuflam no nosso dia a dia, para a qual muitas vezes o cotidiano não nos permite olhar.

E mesmo com todas as limitações midiáticas fico muito feliz que mais pessoas possam “olhar” para cá, tomar conhecimento do que ocorre nos corredores desse hospital e ver que para uma alteração na correlação de forças não basta apenas pagarmos nossos impostos, mas exigir e fiscalizar a sua utilização!
Não existe fórmula pronta, infelizmente também não tenho a receita – se é que ela existe! –, mas suspeito que o caminho passe necessariamente pela educação, de preferência radicalmente crítica.



"Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar..."


Rebele-se!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Notícias de Corredor - parte 4

A saga continua... hoje completando 15 dias de internação!

E neste post aproveito para divulgar uma foto dos "meus aposentos e da galera" internada aqui no Hospital Governador Celso Ramos.
Como vocês podem ver o corredor é um lugar bem arejado, iluminado e como todo coração de mãe, sempre cabe mais um!!!



A "luz no fim do túnel" que pode ser vista na imagem, na verdade é a porta de entrada da emergência pela qual você é chamado para consultar após, em média, 4 horas de espera. A maioria dos que aqui estão são pacientes da ortopedia, já o corredor paralelo a este, e não menos lotado, abriga os outros internos das demais especialidades.

Posso dizer que a esperança em realizar a cirurgia na próxima semana ainda continua, afinal sou brasileiro, usuário e defensor do SUS, pago meus impostos e não desisto nunca!




segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Notícias de Corredor - parte 3


Antes de tudo gostaria de agradecer aos amigos o carinho e a energia positiva que vocês teem me enviado nesses últimos dias... 
Hoje completo aqui meu 13° dia de internação e na verdade posso ser sincero em dizer que parece muito mais... 


No primeiro post que fiz em relação a situação aqui nos corredores,comentei sobre um Centro Cirúrgico que fica em frente a minha maca aqui no corredor da Emergência do Hospital Governador Celso Ramos e que esta desativado. Aproveito o post de hoje para publicar uma foto dele. 
Como vocês mesmo podem ver ele está trancado com um cadeado, inutilizando inclusive a função da placa logo acima com os dizeres "ENTRADA PROIBIDA"!







Agora a pergunta que não quer calar: Se há uma fila enorme para cirurgias, tanto na emergência quanto nas enfermarias, que raio de cadeado é esse na porta de um Centro Cirúrgico que foi reformado e entregue em abril desde ano custando aos cofres do estado o montante de 2,4 milhões de reais?!?!

Busquei a resposta aqui pelos corredores, mas ninguém soube ao certo dizer o que acontece...
Procurei a ouvidoria do hospital para saber o que estava acontecendo, mas ela já não existe mais...


Enfim, se alguém aí souber a resposta...

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Notícias de Corredor - Parte 2

Direto dos corredores da emergência do Hospital Governador Celso Ramos... a situação continua na mesma! Hoje entramos para o décimo dia de internação nos corredores.

O triste é que a situação observada hoje aqui pelos corredores não é novidade para ninguém, e pouco difere da apresentada neste vídeo cuja postagem data de dezembro de 2011, há exatos 6 meses.



Até quando?!?



quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Notícias de corredor - parte 1

Algumas coisas realmente são inacreditáveis, ou quando muito são motes para uma reportagem do "profissão repórter" ou um "furo de reportagem", algo distante que acontece com o outro, em pequenas cidades nos rincões do país... não se engane!


Semana passada, mais precisamente no dia 01 de agosto, ao sofrer um pequeno acidente de moto, fui trazido ao Hospital Governador Celso Ramos pelo corpo de bombeiros e desde então aguardo uma cirurgia para a fratura-luxação que sofri no pé esquerdo. 
A cirurgia, de nome fratura-luxação de Lisfranc, é relativamente simples, segundo o residente que tem acompanhado meu caso, porém o tempo de espera para a sua realização aqui pode demorar até 30 dias. 
Algo não tão incomum, haja visto que encontrei pacientes (literalmente!!!) que estão há espera por mais de 20 dias. Isso num hospital referência do estado!!!


Para deixar a situação um pouco mais dramática, eu e cia ilimitada, estamos "internados" no corredor da emergência do hospital. Minha maca situada no final do corredor principal fica em frente a um Centro Cirúrgico desativado e próximo ao elevador que dá acesso ao raio X. 
Todos que entram pela emergência e necessitam realizar exames como raio X e tomografia passam ao lado dos meus aposentos. Isso praticamente 24 horas por dia, a "festa" não cessa nem mesmo durante a noite. Em média só na última hora contei 100 pessoas, somando funcionários, pacientes, internados, acompanhantes e visitantes.

Em verdade relutei um pouco em expor essa situação aqui neste espaço, mas acredito que dar voz à essas questões seja antes de tudo um dever cívico. Não apenas em meu nome mas de todos que aqui se encontram. É inadmissível que ano após ano continuemos com os mesmos problemas, enquanto se gastam milhões para construir árvores de natal ou iluminar a Beira Mar Norte.

Questões como essas ficam camufladas no cotidiano da população que faz uso do SUS e que na maioria das vezes não tem poder de voz!

Aproveito para deixar aqui o telefone da ouvidoria da Saúde do Estado, para os que assim puderem denunciar tal situação: 0800 482 800

No mais, ficamos aqui... 

Para os amigos que desejarem as visitas são diariamente das 14h às 16h e eu estou embaixo da terceira janela em frente ao desativado Centro Cirúrgico no corredor da emergência do hospital Governador Celso Ramos aguardando uma cirurgia!


Em tempo... 

O centro cirúrgico que menciono no meu relato é o mesmo que o governador Colombo declara que estaria em funcionamento na inauguração da reforma realizada nesta mesma emergência em abril desde ano! 




sexta-feira, 20 de julho de 2012

Afinal é sexta a noite!

"Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu..."


Posso dizer que hoje foi um dia daqueles... muitos acontecimentos e no fim a vontade que resta é correr pra perto dos amigos e amores e esquecer do turbilhão que às vezes é a vida!


Este espaço é um local bacana pra se desabafar... ele não retruca!
Os comentários que surgem, quando surgem, quase sempre são motivadores... além disso a tela em branco aceita tudo, ou quase!

Não sou adepto das lamentações... a vida também é mais que isso!
Mas hoje é aquele dia em que poderia ter sido pulado na minha contagem, vendo assim no repente acredito que ele não fará falta. Se bem que dentro de todo desespero existe uma alívio iminente, ou nas palavras da Fernanda Takai, "as brigas que ganhei nem um troféu pra casa eu levei, as brigas que perdi essas sim eu nunca esqueci!"



Enfim, amanhã vamos estar melhor...ou ao menos de porre! heheh
Afinal hoje ainda é sexta a noite!




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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Brasil Carinhoso?!? OI?!

Presidenta Dilma lançou neste domingo mais um programa para o combate da miséria em nosso país. 
Com foco nas famílias que se encontram na linha da extrema pobreza e com crianças entre 0 a 6 anos, o programa trabalha com ações em três eixos: 1) transferência de renda no valor de até R$ 70,00 a cada membro das famílias beneficiadas, 2) aumento do acesso à creche e ampliação do acesso aos programas de saúde de combate a anemia e a deficiência de vitamina A, 3) bem como a introduzir medicamentos gratuitos para o tratamento da asma nas farmácias nas unidades das farmácias "Aqui tem farmácia popular".

Segue o pronunciamento realizado em rede nacional!


Além de uma boa notícia às famílias, o programa consiste numa importante ação no que tange a proteção social organizada pelo Estado!
Porém...

Cá entre nós, para além dos benefícios que a política realmente trará para as famílias, é importante apresentar algumas questões, a começar pelo título: Brasil Carinhoso! Hein?! Oi?! BRASIL CARINHOSO!? Pois então...

A escolha deste nome  para uma política que tem como mote a assistência social é no mínimo de mal gosto!
Aqui me remeto a ideia de benevolência e ajuda que o nome carrega. E essa é justamente a queremos romper, de que as políticas sociais são benesses do Estado, resultados de um Brasil que é "cuidador e carinhoso". Será mesmo?! Será mesmo que o nosso país é generoso?! E caso o seja, essas famílias precisam de generosidade?! De um carinho por parte de uma nação tão pungente?! Não, não e não! Antes de carinho, as famílias beneficiarias (e também as que não são alcançadas por essa política) necessitam de proteção do Estado e garantia que seus direitos sejam garantidos, a começar por aqueles constitucionais.

Outra questão é supor que as famílias atendidas pelo programa deixem a linha definida de extrema pobreza com esse auxílio ou mesmo automaticamente quando as crianças completarem 7 anos! E nesse ponto a crítica também vai para os outros programas assistenciais do Governo. Necessitamos construir políticas públicas para além dos programas governamentais e junto com elas pensar estratégias de articulação entre elas.

Enfim, acredito que não podemos ser de todo céticos, até porque, o programa busca uma tímida articulação com a educação e saúde o que já é um ganho, mas insuficiente, sobretudo se quisermos superar a histórica característica de focalização dos programas assistenciais. E cá entre nós essa articulação está mais para condicionalidades...
E neste caso esperamos que elas não se tornem um dificultador de acesso para as famílias, como muitas vezes o são as condicionalidades propostas pelo Programa Bolsa Família.

Cada vez mais penso que sobre políticas de transferência de renda temos muito a ouvir o senador Eduardo Suplicy e sua proposta de Renda Mínima, encarando esta como uma alternativa viável e possível!

Em resumo, gostei da iniciativa, mas esperava mais!


8]

quinta-feira, 22 de março de 2012

Imperialismo nosso de cada dia!

"Há um tempo atrás se falava em progresso
Há um tempo atrás eu via televisão!" (Nação Zumbi)

É incrível como algumas coisas persistem com o tempo... digo isso a exemplo do texto que posto hoje!
Publicado inicialmente em 1961 na forma de panfleto, tinha como objetivo desmentir a mídia falaciosa e seus aliados que propagavam aos quatro ventos a soberania nacional dizendo que o Brasil estava longe dos domínios imperialistas... 
Pois bem, 51 anos depois não raro ouvimos da mesma mídia o mesmo discurso falacioso... 
Com pouquíssimas  alterações, talvez no nome das empresas apenas,  (!!!) parece que acabou de ser escrito!

Enquanto isso... o imperialismo pega um pega geral!

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Um dia na vida de Brasilino 

Por Paulo Guilherme Martins 


"Não existe imperialismo no Brasil."

Carlos Lacerda na Tribuna da Imprensa



"Essa história de imperialismo não passa de invenção de falsos nacionalistas que pretendem impedir o progresso da nação."

De O Estado de São Paulo



Não sei se você conhece o Brasilino!? Mas isso não importa…



Brasilino — é um homem qualquer, que mora num apartamento qualquer, numa cidade qualquer… Situemo-lo em Santos, por exemplo.



Brasilino, como todo o bom burguês, começa o dia acordando; sim, porque o operário, este, levanta-se ainda dormindo a fim de chegar a tempo ao serviço.



Brasilino acorda e aperta o botão da campainha à cabeceira da cama, campainha essa que soa na copa; porém soa, consumindo energia — energia que é da Light, e, assim, o Brasilino inicia o seu dia pagando dividendos ao Capital Estrangeiro. Mas Brasilino não pensa nisso e começa o seu dia, feliz!



Abre-se a porta. É Marta, a criada, que entra com o café da manhã: café, leite, pão, manteiga, um pouco de geléia e o jornal — “O Estado de São Paulo”. — Brasilino, como todo o bom burguês, lê somente a boa imprensa — a chamada sadia. 



Enquanto lê as notícias, toma a sua primeira refeição. Brasilino não sabe que o leite, que bebe, é originário de uma vaca que foi alimentada com farelo Refinazil, da “Refinações de Milho do Brazil” (Brasil com Z), que é americana, e que a farinha com a qual foi feito o pão é originária do “Moinho Santista”, que não é santista e sim inglês. Assim, para tomar o seu café da manhã, Brasilino tem que pagar dividendos ao Capital Estrangeiro. Mas, Brasilino nem sabe disso… e toma o seu café, bem feliz!



Terminado o café, Brasilino acende o seu primeiro cigarro: Minister, ou Hollywood, um desses da “Cia. Souza Cruz”, que não é do Sr. Souza e muito menos do Sr. Cruz, mas, sim, da “British, American Tobacco Co.”, o trust anglo-americano do fumo. E assim, para fumar seu cigarrinho, Brasilino paga dividendos ao Capital Estrangeiro. Mas Brasilino nem pensa nisso e saboreia seu cigarrinho, feliz… feliz…



Em seguida, Brasilino vai ao quarto de banho, fazer a sua toilette: acende o aquecedor de gás — gás que é da City e, portanto, do grupo Light, e, enquanto a água aquece, toma da escova de dentes, marca “Tek”, da “Johnson & Johnson do Brasil” (que é americana), e da pasta dentifrícia “Kolynos”, com clorofila, da “Whitehall Laboratories of New York” e, assim, para escovar os dentes, Brasilino paga dividendos ao Capital Estrangeiro. ..



Mas Brasilino nem pensa nisso…



Brasilino não sabe bem o que é clorofila e está certo de que, quando entrou na farmácia e escolheu essa pasta, o fez livremente; ignora que sua vontade foi condicionada pelas custosas campanhas de promoção de vendas, feitas através da imprensa, do rádio e da televisão e que, da mesma forma como ele escolhe sua pasta de dentes, escolhe, também, o seu candidato à Presidência da República.



Em seguida, Brasilino vai fazer a barba: toma do pincel, feito com fios de Nylon, da “Rhodia” — que é francesa — enche-o com creme de barbear “Williams”, que é americano. Ensaboado o rosto, Brasilino toma seu aparelho “Gillette”, munido com lâminas “Gillette”, ambos da “Gillette Safety Razor do Brazil”, e, feliz, vai raspando a face, pois nem pensa que, para fazer sua barba, tem que pagar dividendos ao Capital Estrangeiro. ..



Terminada a barba, Brasilino entra no banheiro, envolvendo o corpo com a espuma acariciadora de um desses sabonetes, “Lever” ou “Palmolive”, um desses cuja espuma acaricia o corpo de 9, entre 10 estrelas de Hollywood. E assim, até para tomar seu banho, Brasilino tem que pagar dividendos ao Capital Estrangeiro.



Após o banho, Brasilino enxuga-se com uma toalha felpuda da “Fiação da Lapa”, que também não é da Lapa porque é Suíça e, a seguir, passa pelo corpo talco “Johnson”, da “Johnson & Johnson do Brasil”.



E… começa a vestir-se.



Acontece, então, uma tragédia! Cai um botão da camisa do Brasilino. Ele toca novamente a campainha, e Marta corre a socorrer o nosso herói, munindo-se de agulha e linha. Dentro de poucos instantes, ao ver Marta cortar a linha com os dentes, depois de preso o botão, Brasilino sente-se novamente feliz. Feliz porque ele não sabe que Marta, a criada, para pregar o botão, usou a linha marca “Corrente” da “Cia. Brasileira de Linhas para Coser”, que é inglesa e que, até para pregar um botão, Brasilino tem de pagar dividendos ao Capital Estrangeiro.



Já vestido, Brasilino despede-se de Marta, avisando que não virá almoçar nem jantar, pois irá a São Paulo, a negócios… — Sai, bate a porta, toma o elevador, que é “Schindler”, da “Schindler do Brasil”, que é suíça, e movido por força fornecida pela Light, chega ao pavimento térreo. Dá bom dia ao zelador e toma o seu automóvel “Volkswagen”, fabricado pela “Volkswagen do Brasil”, que é alemã, rodando sobre pneus “Firestone”, da “Firestone do Brasil”, que é americana, acionado por gasolina refinada pela “Petrobrás”, mas distribuída pela “Esso Standard do Brasil”, que é americana. Até para usar a gasolina, refinada pela Petrobrás, Brasilino paga dividendos ao Capital Estrangeiro! Ele não sabe que os brasileiros têm capacidade para refinar o petróleo e produzir a gasolina, mas não a têm para a “difícil” tarefa de distribuí-la e que, para esse serviço — a simples distribuição — as companhias distribuidoras (Esso-Shell- Gulf-Texaco etc.) ganham muito mais que a Petrobrás. Mas Brasilino ignora tudo isso… e Brasilino é feliz!



Pouco depois, Brasilino encontra-se na Via Anchieta, dirigindo-se a São Paulo. Ao passar por Cubatão e ao ver a Refinaria Presidente Bernardes, põe-se a pensar: “Porcaria essa Petrobrás! Agora que a gasolina é nacional, custa cinco vezes mais.” — Sim, porque Brasilino não reflete que a gasolina custa, agora, muito mais, por um motivo muito simples: ao tempo em que a gasolina era importada, o dólar custava Cr$ 18,72 e, atualmente, para a importação de óleo bruto, custa Cr$ 200,00. — Não sabe, também, que o dólar está caro porque é escasso, e é escasso devido à procura, e a procura é muito grande, porque os dólares obtidos com a exportação brasileira mal dão para fazer face às remessas de royalties e dividendos do Capital Estrangeiro.



A irritação do nosso herói, contudo, logo desaparece, pois a algumas centenas de metros à frente, Brasilino vê surgirem os dutos da Light e uma grande tabuleta com os seguintes dizeres: Light and Power, a maior usina hidrelétrica da América do Sul — 1.200.000 KW — Aí, Brasilino exulta e monologa com entusiasmo — “Isto sim! A Light! A Light! A Light que fez a grandeza de São Paulo.” Sim, porque Brasilino confunde Light com Energia. Ele não sabe que o que fez a grandeza de São Paulo não foi a Cia. Light e sim a Energia e que, se a Energia não pertencesse à Light, São Paulo seria dez vezes maior, ou o Brasil dez vezes menos miserável.



O interessante é que Brasilino nunca perguntou, a si mesmo, o que seria da Inglaterra se não existissem as Lights pelo mundo.



Brasilino prossegue a viagem e, logo mais, atinge o altiplano, onde vê descortinar- se o panorama grandioso do progresso industrial, que ele julga ser do Brasil: “Volkswagen do Brasil”; “Mercedes Benz do Brasil”; “Willys Overland do Brasil”; “General Motors do Brasil”; “Rolls Royce do Brasil”; “Cia. Brasileira de Peças de Automóveis”; “Simca do Brasil”; “Plásticos do Brasil” e inúmeras outras “do Brasil” e “brasileiras”, mas todas elas estrangeiras.



Brasilino, afinal, chega a São Paulo. Estaciona o seu carro em uma das ruas do centro e, a pé, alcança a Rua Líbero Badaró, para concluir um negócio. Brasilino recorda-se de que Líbero Badaró foi um homem que, ao ser assassinado, exclamou: “Morre um liberal, mas não morre a Liberdade!” E Brasilino conclui: “Que sujeito burro! Que interessa a Liberdade para um homem que já morreu!?”



Enquanto assim pensa, Brasilino chega aos escritórios da “Crescinco, Cia. de Investimentos” , pertencente ao Sr. Rockefeller. Brasilino sente-se orgulhoso de emprestar o seu dinheiro a um dos homens mais ricos do mundo, mas que, para financiar as suas indústrias, prefere usar o dinheiro dos próprios brasileiros, atraindo-os com a vantagem de juros de 2% ao mês e livre de imposto de renda. Brasilino não sabe que, entre o dia em que ele entregou o dinheiro e o dia em que esse mesmo dinheiro lhe foi devolvido, a desvalorização da moeda foi de 4% ao mês e, assim, ele está menos rico, pois esse juro e mais os lucros da Cia. Investidora terão, forçosamente, de ser acrescentados ao custo das utilidades, saindo, consequentemente, da própria pele do Brasilino. Mas Brasilino não sabe disso e recebe o seu dinheiro e os juros, feliz!



Liquidado o negócio, Brasilino vai almoçar. — Entra num restaurante onde lhe é servido, como antepasto: frios da “Armour do Brasil”, que é americana, Margarina “ClayBon”, de “Anderson Clayton” que é americana, toma uma “Coca-Cola” e saboreia um prato de massa, preparado com farinha do “Moinho Paulista”, que é inglês, e, depois, come um filé com fritas, cuja carne foi fornecida pelo “Frigorífico Wilson” e as batatas foram fritas com óleo “Mazola”, da “Refinações de Milho Brazil” (Brazil com Z). Como sobremesa, comeu um pudim feito com “Maizena Duryea” também da “Refinações de Milho Brazil” e, assim, até para comer, Brasilino tem que pagar dividendos ao Capital Estrangeiro. Após o almoço, Brasilino passeia pela cidade, a fim de fazer hora para o cinema, gastando a sola do sapato com saltos de borracha “Good Year”, pagando, até para andar, dividendos ao Capital Estrangeiro.



Brasilino entra no Cine Metro, onde passa a tarde, deliciando-se com um filme, que é americano e, para passar algumas horas distraídas, Brasilino paga dividendos ao Capital Estrangeiro. Ao sair do Cinema, Brasilino sente uma leve indisposição; entra numa farmácia e toma um “Alka-Seltzer” . E, assim, até para prevenir uma indigestão, Brasilino precisa pagar dividendos ao Capital Estrangeiro.



Toma novamente o seu carro e volta para Santos. Chegando à casa, faz novamente a sua toilette, liga o rádio de cabeceira, marca “G.E.” da “General Electric do Brasil”, e deita-se sobre um colchão de espuma de borracha “Foamex” da “Firestone do Brasil” e repousa a cabeça, sobre um travesseiro do mesmo material, dormindo, feliz, o sono da inocência.



Não sei porque, mas a história do Brasilino traz sempre, à mente, aquelas magníficas palavras do Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os pobres de espírito porque será deles o reino dos céus.”



Mas uma coisa jamais será do Brasilino: o reino em sua própria terra.



Por isso, leitor, se alguém lhe disser que não existe imperialismo econômico, no Brasil, é porque está enganado, ou porque está enganando você.



Santos, outono de 1961 



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8]

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

29 motivos e mais um bocado!

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Tai um número no qual sou apaixonado: 29!
Talvez seja por isso que me identifique tanto com os anos bissexos... (!)
E também curta tanto a música 29 do Legião...
Ou tudo isso seja apenas uma desculpa para atualizar o blog neste 29 de fevereiro...
Sei lá ... ... ... ... ... ... ... ... ... ..

De todo modo aproveite esse dia! De repente você vai perceber que tem muito mais que 29 motivos pra isso!
Na dúvida, o próximo só daqui a quatro anos.



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8]

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Negro Drama

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"Vc deve tá pensando o q vc tem a ver com isso?!?
Desde o início por ouro e prata olha quem morre,
Então veja vc quem mata,
...me vê, pobre, preso ou morto,
Já é cultural, Histórias, registros,
Escritos, Não é conto, Nem fabula,
Lenda ou mito, Não foi sempre dito,
Q preto não tem vez, Então olha o castelo e não,
Foi você quem fez!?" 
(NEGRO DRAMA - RACIONAIS MC'S)
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Até quando vamos perpetuar um sistema político e social que segrega segmentos populacionais pela sua cor de pele e etnia?!?
#NÃO!
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8/

segunda-feira, 20 de junho de 2011

E viva o produto nacional!!!

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Pra começar essa semana com o pique todo (oi?) posto aqui um sucesso (oi?²) das paradas de todo o Brasil.

Hélio dos Passos e sua dancinha pra lá de sensual...

O cara já é daquelas figuras do youtube que elevam a popularidade da música nacional e nos faz sentir orgulho desse Brasil varonil e sua diversidade...

Então bora colocar no úRtimo volume e se jogar na pista...



UAHEUAHEUAHEUAHE
AHEUAHEUAHEUAHEU
AUHEUAHEUAHEUAHE
AUHEUAHEUAHEUHAU

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Do dia: "Tudo pode ser, só basta acreditar, sonho sempre vem pra quem sonhar..." (Xuxa)

8]

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ximbication - A nova sensação!!!

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Se você é daquel@s ávid@s por sucesso... não pode ficar fora dessa... NOT!

A nova sensação nas paradas #dumomento é Ximbica e seu Ximbication...
Não confunda com o Ximbinha do Calypso... apesar de algumas semelhanças... até porque o lance aqui é muitcho altus nive... total!

Aproveita e mostre que você é uma pessoa discolada e comente com seus amigos!
Afinal, "Eu sou foda" e a saudosa (OI?) Sthephany e seu crossfox já está meio demode...

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Duvida que a parada é de responsa?!
Então da um conferes nas produções abaixo...
Vai dizer que não é luxus...
Vai dizer que não é diva....

É mais.... é V.I.P... é Ximbication...

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Sentchi a vaibe do caô... profi!   




AHEUAHUEHAUEHAUHEAUHE
AHEUAHEUAHEUAHEUAHEAU
UAHUEHAUEHAUHEUAHEUAH
AUHEUAHEUAHEUAHEUAHEA
UAHEUAHEUAHEUAHEUAHEU


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Ainda tá ae??

Então não pare.... dance o ximbication... não vou parar de ximbicar....




AHEUAHUEHAUEHAUHEAUHE
AHEUAHEUAHEUAHEUAHEAU
UAHUEHAUEHAUHEUAHEUAH
AUHEUAHEUAHEUAHEUAHEA
UAHEUAHEUAHEUAHEUAHEU

Aprecie COM moderação!
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Do dia: "Corage"

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