Não sou determinista e nem muito menos acredito no destino, mas quando me deparo com exemplos como o do Pedro Lourenço, chego até a acreditar que a vida é simples e fácil, e que com um pouco de talento se vai ao longe.
Pedro Lourenço é filho dos estilistas Reinaldo Lourenço e Gloria Coelho. Nomes de peso no mundo da moda internacional. O garoto estreou ontem sua nova coleção Inverno 2010/2011 no tradicional e luxuoso hotel Westin, como parte da programação paralela à semana de Paris.
O estilista que tem apenas 19 anos estreiou suas criações quanto tinha 12 sob a tutoria da mãe dona na época da marca Carlota Joakina. Particularmente gosto do trabalho do Pedro e tenho acompanhado suas façanhas nos últimos eventos em que esteve presente. Mas, cá entre nós, ele ser estilista não é nenhuma novidade. Espantoso mesmo seria se ele fosse "ajudante de pedreiro".
Pegando carona nesse fato dá pra viajar um pouco...
Seguindo essa mesma lógica deveríamos ficar surpresos se o filho de dois vendedores ambulantes se tornar um top model, por exemplo. Porém já repararam que numa sociedade capitalista, (vulgo a nossa mesmo!), as coisas não acontecem bem assim.
A gente não apenas espera que os sujeitos "cresçam na vida", que eles saiam sozinhos de sua condição de subalternidade e ascendão às estrelas. Como culpabilizamos e rotulamos de incopetente, preguiçoso, molenga, e afins, aqueles que não agem assim. Ou que por questões das mais diversas apenas reproduzem o que os seus já são.
Na real o que chamaos de "deu errado" nada mais é que uma lógica do próprio sistema. Não deveríamos nos surpreender quando tudo permanece igual, quando o filho do X é X, quando o filho do Y é Y. Surpresa deveria ser quando o filho do Y se torna um X, ou virse e versa.
(se ficar difícil substitua X por ajudante de predreiro e Y por estilista...uhahuahuauh).
Surpresa mesmo deveriam ser as exceções, mas não, usamos as exceções como regras. E criamos a falsa ilusão de que um dia, com força de vontade e dedicação pessoal o X se tornará um Y!!! "É só ele querer que ele consegue!", vão dizer os desavisados.
O problema que me inquieta é a pressão que exercemos sobre os outros (e sobre mesmos!) para "chegarmos lá", "vencermos na vida".
Quer saber de uma coisa... Da próxima vez que alguém usar um exemplo tipo: "ele lutou e conseguiu ser alguém na vida!" ou "oia o Silvio Santos, era um ambulante e hoje vejam só!".
Duvide!!!
I'ts no true!
Ou pelo menos não é toda a verdade!
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Otemo findi pra geral!
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