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A mídia como formadora de opinião
tem um papel fundamental na construção da sociedade na qual vivemos.
Juntamente com outras instituições como a família, a religião, a escola
e outras, desempenha um papel ideológico que pode ser direcionado para
manutenção ou combate ao status quo
vigente.
Também sabemos que este movimento não é linear e nem um processo que pode
ser tomado como natural, que se realiza sem resistência, no qual apenas somos
levados como que a deriva. Muito pelo contrário, podemos modificá-lo, intervir
criticamente e tomá-lo vez por outra “de assalto”.
Como diz um ilustre amigo Tadeu: “A
gente pode ver e ouvir muita coisa, porém temos a obrigação de duvidar de muito”.
Então a palavra da vez é
questionar!
E é com estas ideias na cachola que
convido vocês para assistir o vídeo a seguir, produzido pela empresa RBS de Televisão
(afiliada da Rede Globo aqui em SC) sobre a situação do Hospital Governador
Celso Ramos no qual estou internado há 16 dias.
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As imagens apresentadas ilustram
um pouco do vivenciado aqui pelos corredores da Emergência do hospital e sua lógica. Porém, a
edição obedece a um rigoroso critério que faz com que as principais denúncias
se esvaziem e percam o sentido, ficando a pergunta: “Mas e ae, a
responsabilidade é de quem?! O que fazer com tudo isso?!”.
Talvez a cara do representante do
governo buscando argumentos para explicar o inexplicável e do próprio
apresentador no final da reportagem sejam os indícios mais emblemáticas para traduzir o vazio à pergunta que fica latejando na cabeça:
"E agora, José?!".
Não acredito na mudança por essa
via, antes penso que, neste caso, a mídia seja apenas um instrumento, limitado
por sinal, para publicizar questões que se camuflam no nosso dia a dia, para a
qual muitas vezes o cotidiano não nos permite olhar.
E mesmo com todas as limitações
midiáticas fico muito feliz que mais pessoas possam “olhar” para cá, tomar
conhecimento do que ocorre nos corredores desse hospital e ver que para uma
alteração na correlação de forças não basta apenas pagarmos nossos impostos,
mas exigir e fiscalizar a sua utilização!
Não existe fórmula pronta,
infelizmente também não tenho a receita – se é que ela existe! –, mas suspeito
que o caminho passe necessariamente pela educação, de preferência radicalmente
crítica.
"Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar..."
Rebele-se!
É interessante isso que voce colocou Arnaldo sobre a midia. Há uma tendencia em nossos discursos e concepçoes sobre ela de encara-la como um sujeito quando ela nao passa de um meio. Esse meio, ao contrario do que possa soar, nao è menor que o sujeito ou menos importante. A condiçao de meio que ela comporta é principalmente como um instrumento, dispositivo... O importante é nao hipostasiar a midia dando-lhe condiçao e status de sujeito. Coisa que eu e voce somos... mas ela nao. No mas assisti o video e embora nao tenha feito nenhum comentario no blog, e nem em sua pagina do facebook, tenho acompanhado sua via crucis a la Severino que como tantos outros nesse corredor só querem ter o (ou um) direito de serem atendidos. Estou morando em Curitiba e irei semana que vem a florianopolis, vi em uma postagem voce com um livro do saramago, tenho quase todos os livros do portugues comunista, queres algum emprestado pra te fazer compania? Abraços ternos e força!
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