Enfim, eis o dia!
Há 28 dias atrás dei entrada na emergência do Hospital Governador Celso Ramos com uma fratura no pé esquerdo. Ao receber a notícia que teria que realizar uma cirurgia não imaginava que o tempo de espera seria tão longo, nunca havia sido internado em um hospital ou dependido dos serviços de saúde para além das consultas de rotina.
Achava que conhecia o SUS, seus princípios e toda a normativa disposta na Lei 8080/90, mas descobri que essa é apenas uma parte do todo!
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A "maca" feita com cadeiras na qual passei 5 dias (dos 28) internados!
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A "maca" feita com cadeiras na qual passei 5 dias (dos 28) internados!
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Do lado de cá descobri que a aplicação de todos os princípios, normativas e resoluções ainda está longe de materializar-se num serviço de qualidade e efetivamente universal!
Neste período de internação fiz amizades, conversei com funcionários, outros pacientes e certamente vou sair daqui um cara diferente!
E não falo apenas pelos parafusos e pinos que agregarei a minha pessoa de hoje em diante! heheh
Também não acredito que para sermos melhores devemos passar por alguma provação, dificuldade ou algo do gênero... Não sou adepto da máxima "o sofrimento ensina!"
Longe disso, mas acredito que algumas situações nos deixam mais humanos... sejam elas boas ou ruins!
E as experiências que vivi aqui nestes corredores me mostraram que alguma coisa precisa ser feita, não é apenas na área da saúde, mas na educação, no sistema penitenciário, no acesso a justiça e em tantas outras...
Depois da cirurgia e voltando amanhã pra casa a minha situação está resolvida, mas e das outras tantas pessoas que se encontram aqui esperando pela sua vez, por dias... semanas e meses?! Esses Jãos, Paulos, Adalbertos, Tadeus, Letícias e tantos outros?! Até quando?!
É no mínimo revoltante!
Por hora posso apenas dizer que seguirei publicando as imagens e fatos que presenciei aqui e buscando unir forças para de fato construirmos uma outra sociedade!
Por hoje a foto é em agradecimento ao Thiagueira, peça importante nesse caminhar... Ela foi tirada num momento, digamos, de relax... (Acho que nem você sabia dessa!!! heheh)
Aproveito para agradecer ao muitos votos de solidariedade que recebi dos amigos (os próximos e os de longe), dos colegas e dos meus familiares... Vocês foram de suma importância neste momento.
Um agradecimento especial à amiga Danuza, pelas comidinhas que surgiam sei lá de onde... heheh
Ela foi a visita mais presente e insistente (heheh), comprovei que o apoio dos amigos durante as visitas é o que fortalece a espera, o que mantém o vínculo com o espaço externo do hospital, que traz as novidades... No início é mais fácil, mas com o tempo as visitas insistentes é que nos mantém a sanidade em meio ao caos...
Ela foi a visita mais presente e insistente (heheh), comprovei que o apoio dos amigos durante as visitas é o que fortalece a espera, o que mantém o vínculo com o espaço externo do hospital, que traz as novidades... No início é mais fácil, mas com o tempo as visitas insistentes é que nos mantém a sanidade em meio ao caos...
E por fim, ao Thiago, companheiro de altas aventuras... Cara seria impossível tentar retribuir tudo o que tu fez por mim nesses dias...Você desempenhou muito bem o papel do acompanhante (de luxo, diga-se de passagem heheh)...
Com uma estrutura deficitária no quadro de funcionários, o acompanhante é o que dá o tom da "humanização" ao período de internação, é o "lobby" junto aos médicos, é o auxílio para os cuidados mais diversos no cotidiano. É aquela pessoa que se interna junto com o doente, acompanhando em condições ainda piores (numa cadeira, muitas vezes de plástico, dormindo sentado ao lado da maca, etc.) toda a evolução da internação e por isso acaba sendo o sujeito que vivencia o processo de forma mais próxima... Se por um lado sua presença é fundamental, por outro acaba por "tapar" alguns buracos do sistema, uma relação contraditória, cheia de bônus e ônus...
Mas para além das reflexões, valeu Feioso! Sua companhia foi ímpar, tornando o processo muito mais suportável!
Com uma estrutura deficitária no quadro de funcionários, o acompanhante é o que dá o tom da "humanização" ao período de internação, é o "lobby" junto aos médicos, é o auxílio para os cuidados mais diversos no cotidiano. É aquela pessoa que se interna junto com o doente, acompanhando em condições ainda piores (numa cadeira, muitas vezes de plástico, dormindo sentado ao lado da maca, etc.) toda a evolução da internação e por isso acaba sendo o sujeito que vivencia o processo de forma mais próxima... Se por um lado sua presença é fundamental, por outro acaba por "tapar" alguns buracos do sistema, uma relação contraditória, cheia de bônus e ônus...
Mas para além das reflexões, valeu Feioso! Sua companhia foi ímpar, tornando o processo muito mais suportável!
No mais meu obrigado de coração a tod@s!
Espero encontrar tod@s vocês em breve numa rodada de chorops ou num rodízio de pizza!
Vou ali fazer uma cirurgia e já volto...